quarta-feira, 28 de maio de 2008

Currículo, narrativa e o futuro social.

Ivor Goodson nos fez refletir sobre currículo, narrativa e o futuro social.
Creio que o ponto que mereceu o maior destaque do autor não chega a ser novidade – a aprendizagem voltada para as questões reais, para a vida e a humanidade: Falar sobre uma escola que forma o sujeito para ocupar seu lugar na sociedade - um lugar pré-determinado (?) pelo contexto e estruturas sociais (determinismo social).
Percebe-se que em relação ao discurso, nossas impressões e concepções no mínimo se equivalem às idéias registradas nesta pesquisa sobre o sistema educacional britânico. No debate em aula, um comentário sobre a Língua Inglesa e a distinção entre socioletos, isto é, a língua falada por um grupo social, uma classe social ou subcultura chamou a atenção. O destaque foi feito no sentido de que alguns termos lingüísticos ou expressões demonstrariam a classe social(!) do falante. Bom, mas não precisamos ter acesso a uma pesquisa sobre a educação inglesa para percebermos isto. Basta ouvirmos um pouco a grande maioria da população brasileira falando nas ruas. Qual a "gramática" da maioria da população, excluída da educação, das produções culturais e do conhecimento?
É muito claro que o acesso a uma variedade culta da Língua facilita o acesso aos meios de produção e de cultura e possibilita uma certa mobilidade social, na medida em que abre portas e distingue o indivíduo que aprendeu tal variedade. Assim como as escolas inglesas ensinam e exigem conhecimentos diferenciados para públicos diferenciados, nossas escolas também enfrentam, talvez inconscientemente, estas distinções e são responsáveis pelo desenvolvimento da (in)competência lingüística dos falantes.
Muitos alunos nas escolas públicas, com pouco ou nenhum acesso a leitura, integrantes de famílias excluídas socialmente, não encontram na escola um meio de desenvolver suas habilidades e são vítimas de um sistema que procura, sem sucesso, romper com este determinismo social, pois apenas esforços individuais obtêm um falso êxito. Não há a quebra das regras, apenas há exceções.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Aprendizagem e comportamento

O que é aprendizagem e desenvolvimento? A síntese das idéias e as reflexões apresentadas sobre estes dois conceitos e a aula que discutiu Currículo, Narrativa e o Futuro Social determinaram inicialmente a seguinte questão: APRENDIZAGEM MUDA O COMPORTAMENTO?
Uma concepção condutista/comportamentalista de ensino sustenta que a aprendizagem é uma mudança na conduta, no comportamento observável.
A partir do princípio de uma aprendizagem ativa, defende que “todo o conhecimento autêntico vem da experiência” (John Dewey).
Mudanças ocorrem a partir de experiências, da interação com o outro e com o ambiente. Por isso é possível contrapor este conceito de mudança, sob o enfoque comportamentalista, a uma concepção cognitiva da aprendizagem que pressupõe que o aprendizado é um processo interno e não pode ser observado diretamente (processos mentais – conforme Piaget).

Arquiteturas pedagógicas

*Interlocução 1 – a distância:
Duas tutoras e alunas do ESPEAD conversam sobre seus estudos e discutem sobre seus registros nos blogs:
- E o EAD e as arquiteturas pedagógicas, como seria esta relação? Fiquei curiosa!
Peadportfolio disse:
- Bom, as arquiteturas pedagógicas, em breves palavras, são estruturas que integram planejamento pedagógico, recurso digital e conteúdos imersos em uma perspectiva epistemológica e pedagógica, em um modo de ver o mundo, em uma relação de saberes dos professores com seu contexto. A EAD não é diferente, no sentido que se precisa desenvolver uma arquitetura pedagógica para atuar nessa modalidade, isto é, ter um planejamento claro, escolher intencionalmente o recurso de acordo com o que ele dispõe e os objetivos Pedagógicos do professor, aliando aos conteúdos numa perspectiva interacionista. Sem isso, corre-se o risco de perder alunos, desmotivar o público com o qual se trabalha, etc. Abraço
*Interlocução 2 – autor/leitor:
Leitura do texto “Arquiteturas pedagógicas para educação a distância: Concepções e suporte telemático”:
- Educar para a autoria, a expressão, a interlocução: “A interlocução entre sujeitos autores, reconstrói constantemente os ambientes de aprendizagem, pois sua própria essência está na idéia de transformação.” (p. 3)
Interação, troca, cooperação, a distância, através da palavra escrita, no blog, na biblioteca do rooda... Novas arquiteturas e suportes, mas uma prática baseada na interlocução entre os sujeitos da aprendizagem. A interlocução é um dos pontos a ser explorado, a partir da análise das relações comunicanionais estabelecidas tanto na EAD, quanto no ensino presencial. Estas relações, baseadas agora uma nova arquitetura, cria possibilidades e amplia a ação dos interlocutores. Se aceitamos a Pedagogia da incerteza, se tomamos como base as idéias construtivistas de Piaget e a pedagogia da pergunta de Paulo Freire, então, o caminho de dúvidas e a busca de novas alternativas podem nos levar a investigar, refletir, cooperar e, principalmente, a pensar e a expressar de forma autônoma nossas idéias e nossas transformações. Para isto, as novas arquiteturas se apresentam: Projetos de aprendizagem, estudo de caso, aprendizagem incidente (aprendizagens de conteúdo específico integradas em atividade mais agradáveis) e a ação simulada (aprender fazendo).
“Arquiteturas pedagógicas para educação a distância: Concepções e suporte telemático” CARVALHO, Marie Jane et alii.